Porto Itapoá será o único porto de SC com o serviço ASAS da Maersk
Programa Ampliar já deu vida a mais de 60 projetos desenvolvidos pela comunidade
Seis tipos de baleias e golfinhos que podem ser vistos na Baía da Babitonga e região
Porto Itapoá mantém um Programa de Monitoramento de Cetáceos para acompanhar estes belos animais, que frequentam a região
Os Cetáceos são mamíferos totalmente adaptados ao meio aquático: a esse grupo pertencem as baleias e os golfinhos. No total, são mais de 80 espécies, que vivem em todo o mundo. Algumas espécies podem ser encontradas em rios, mas a maioria delas vive no mar.
Através do Programa de Monitoramento de Cetáceos, mantido pelo Porto Itapoá, o pesquisador Gilberto Ougo (Acquaplan – Tecnologia e Consultoria Ambiental) acompanha e avalia a qualidade de vida das espécies que frequentam a região de Itapoá e da Baía da Babitonga. “Os cetáceos são fascinantes! Apresentam uma capacidade única de compreensão do meio. Possuem fortes relações sociais, proteção e senso de liberdade”, explica o pesquisador.
As águas da baía e suas adjacências funcionam como uma casa para muitos destes simpáticos animais. Também servem como berçário para algumas espécies que se reproduzem na região e migram sazonalmente. “São animais que nos mostram a saúde do ambiente que vivemos. Conservar estas populações significa proteger os rios e oceanos e garantir a nossa qualidade de vida. Por esses e tantos outros motivos, merecem muito da nossa atenção”, diz Ougo. Veja algumas espécies vistas na região:
Toninha – Pontoporia blainvillei
As toninhas são um dos menores tipos de golfinho, com um corpo chega até 1,60m. Vivem desde o litoral do Espírito Santo até o Golfo de San Matias, na Argentina, e se alimentam de Peixes, lulas e crustáceos. Tem um comportamento discreto e não saltam como as outras espécies de golfinhos. Na baía da Babitonga, geralmente vivem em grupos de 2 a 5 indivíduos e podem ser vistos durante todo o ano.
Boto-cinza – Sotalia guianensis
O boto-cinza é muito sociável e costuma viver em grupo e vivem desde a América Central até o litoral catarinense. Podem chegar a 2,20m e tem coloração cinza no dorso, com duas bandas laterais mais claras. Essa espécie costeira pode ser vista na Baía da Babitonga durante todo o ano e se alimentam de peixes, lulas e crustáceos. Têm um ponto de alimentação bastante próximo do cais do Porto Itapoá e são sempre vistos por ali.
Golfinho-nariz-de-garrafa – Tursiops sp.
Este golfinho de nome engraçado pode ser encontrado em todo o planeta, tanto em áreas costeiras como oceânicas. Devido a esse comportamento realizam migrações diárias de muitos quilômetros. São encontrados com mais facilidade em águas tropicais, subtropicais e águas temperadas.
Com comprimento de até 3,80m, tem um corpo robusto e a coloração acinzentada-escura. São vistos esporadicamente na Baía da Babitonga geralmente na desembocadura da baía e regiões costeiras adjacentes.
Baleia franca – Eubalaena australis
Primeira baleia da nossa lista, a baleia franca é um animal de grande porte, podendo chegar a até 18m de comprimento. Essa espécie se caracteriza pela ausência de nadadeira dorsal e por possuir diversos calos na cabeça devido ao espessamento da pele. Essas calosidades são utilizadas pelos pesquisadores para identificar os indivíduos (um pouco como a nossa impressão digital). Outra característica marcante é o borrifo da respiração em formato de “V”.
Trata-se de espécie migratória que habita o hemisfério sul que se alimenta na Antártica e se reproduzem e procriam em águas mais quentes, principalmente no Litoral Centro-Sul Catarinense (APA da Baleia Franca). O período reprodutivo no Brasil vai de julho a novembro, época mais comum para avistamentos destes belos animais.
Baleia-jubarte – Megaptera novaeangliae
As baleias-jubarte têm grandes nadadeiras peitorais, que medem aproximadamente um terço do seu comprimento, que pode chegar a 16m. A nadadeira caudal é serrilhada e de cor branca na parte interna da cauda com manchas assimétricas. Essas manchas são utilizadas pelos pesquisadores para identificação dos indivíduos.
Também são uma espécie migratória e que pode ser encontrada em todos os oceanos do mundo, se alimentando na Antártica e se reproduzindo e procriando em águas mais quentes. A principal região reprodutiva no Brasil é o Banco dos Abrolhos, situado no extremo sul da Bahia e norte do Espírito Santo. O período reprodutivo vai de julho a novembro, quando podem ser vistas nas águas da Babitonga, geralmente na desembocadura e regiões próximas.
Em 2021, houve uma grande concentração de animais juvenis desta espécie em Santa Catarina, sendo muitos deles na desembocadura da Baía da Babitonga e nas praias próximas.
Baleia-de-Bryde – Balaenoptera brydei
A baleia-de-Bryde é uma das baleias menos conhecidas e, diferente das demais espécies migratórias, não ocorre nos polos e podem apresentar padrão de residência em alguma área. Chegam a até 15m de comprimento e se alimentam principalmente de sardinha e anchova.
A coloração do corpo varia de cinza-escuro a preto no dorso e cinza ou branco no ventre. A nadadeira dorsal é alta e bem falcada e frequentemente irregular. Apresentam três cristas longitudinais na região dorsal da cabeça.
Ocorrência rara na baía da Babitonga. Um único indivíduo permaneceu na baía da Babitonga por alguns meses no ano de 2020. Pode aparecer com mais frequência nas regiões costeiras adjacentes à baía.